ACDMP - Insights
January 28, 2022
Inovação
Várias são as empresas de tecnologia e serviços que estão se movimentando para abocanhar uma consideravel fatia do mercado do Google. De empresas de software a empresas de hardware, social media e e-commerce.
Microsoft, Apple, Facebook e Amazon estão se posicionado fortemente para desafiar o google nos próximos anos. Cada uma com sua própria e distinta estratégia.
Recomendamos aos nossos clientes que já comecem a fazer pequenos investimentos e se posicionar nas respectivas plataformas destes outros gigantes de tecnologia.
Quando falamos em mecanismos de busca logo pensamos em Google e seu virtual monopólio neste mercado. Mas não é bem assim em todas as partes do mundo. Nos EUA por exemplo, o Google representa “apenas” 87% das buscas. Temos a convicção de que o virtual monopólio do Google vai ser fortemente desafiado nos próximos anos.
Mas porque o desafio ao monopólio do google é tão importante para os negócios dos nossos clientes? Hora, porque já acreditamos que não basta mais apenas fazer SEO e PPC voltado para o google, é preciso começar a expandir horizontes e testar as novas plataformas com maior potencial de crescimento.
O argumento principal é, você já pode começar a lucrar com as alternativas ao google, e já deve construir a sua base SEO e local pack nestas plataformas. Pense da seguinte forma, 100% das empresas estão competindo no google, e o google possui 87% do mercado, mas menos de 7% das empresas estão competindo no bing e ele já possui 6.3% do mercado. Ou seja, em termos absolutos, hoje já existe mais possibilidade de obter um ROAS ppc positivo no bing que no google.
E se pensarmos no conceito da cauda longa (Chris Anderson 2006), veremos que outros buscadores e novos entrantes deste mercado vão ao menos por algum tempo oferecer maiores oportunidades do que o google. E mais do que isso, quanto mais pessoas migrarem para estes atuais e futuros competidores, mais elevados serão os custos PPC no Google, pois o número de empresas competindo não vai reduzir na mesma proporção que o número de usuários, na verdade o número de negócios competindo só tende a crescer.
Outro fator importante que está reestruturando o futuro do mercado de buscas, são as novas legislações e regras impostas por todos os principais governos do G20, impondo restrições a coleta, armazenamento e compartilhamento de dados entre empresas e serviços de tecnologia. Estas restrições estão criando verdadeiras ilhas de dados dentro das maiores empresas de tecnologia, onde só elas e apenas elas começam a realmente entender quem são os seus clientes, e quais são seus hábitos de consumo e digital footprint.
Toda a parte do marketing digital relacionado a remarketing, retargeting e audience selection depende da coleta e armazenamento ativo de dados dos consumidores. Ou seja, qualquer empresa com acesso direto a estes dados possui uma vantagem competitiva descomunal quando comparado a um concorrente que está fora da sua ilha de dados.
Empresas como Apple, Microsoft, Facebook, Samsung e até mesmo Amazon, possuem todos os incentivos do mundo para dobrar ou até mesmo triplicar os seus esforços em mecanismos de busca e soluções alternativas.
As novas regras impõem sérias restrições ao tipo de dados e informações dos usuários ao qual o google tem acesso, ficando cada vez mais difícil para este criar e manter um digital footprint dos usuários da plataforma. Já na outra ponta, empresas como a Apple, possuem cada vez mais dados dos seus usuários bloqueados dentro da sua plataforma, permitindo que a mesma comece a capitalizar estes dados com novos produtos e serviços que antes não pareciam ser possíveis devido à forte concorrência.
Veja bem, para estas grandes corporações, muitas vezes não se trata de apenas lucrar mais em um produto ou serviço em si, e sim também o fato de estarem removendo mais um cliente e parte crucial da receita de um grande concorrente. A Apple não precisa da receita de buscas para sobreviver, mas ficaria feliz em remover 100% da receita de buscas do google, virtualmente eliminando ele do mercado de tecnologia, uma vez que 90% dos lucros deste provém dos serviços de buscas.
O Facebook por exemplo, pode tranquilamente inserir dentro da sua plataforma um serviço de buscas mais focado em negócios locais e promoções, e inicialmente começar a abocanhar parte da receita do google neste nicho. É uma questão de ver se os consumidores vão preferir adotar o habito de usar a sua plataforma interna de buscas ou não, o facebook por exemplo poderia incluir no sistema de buscas interno uma exigência de que os anunciantes oferecem cupons de desconto ou ofertas exclusivas junto aos anúncios.
Amazon já possui um forte ecossistema de de buscas pagas para o nicho de ecommece, e se considerarmos que a amazon não para de crescer, é de se imaginar que esta vai obter uma fatia cada vez maior do mercado de buscas para e commerce. Em paralelo amazon tem fortes ambições no mercado de gadgets residências com o dispositivo Alexa e todo ecossistema da plataforma prime.
Para qualquer negócio que possui ecommerce, o ecossistema Alexa será parte importante dos investimentos de PPC em pouco tempo, ainda mais em grandes centros urbanos e economias mais desenvolvidas. A soma de Alexa + Prime representa um forte incentivo e alternativa de buscas fora do google, ao menos do ponto de vista da comodidade aos consumidores de produtos manufaturados e possivelmente alimentos.
Outro fator que vai remodelar o mercado de buscas é a pesquisa por voz, dados recentes mostram que mais e mais pessoas estão optando pela pesquisa por voz em dispositivos móveis, ou seja, é forte a tendência para a criação e melhoria dos algoritmos de pesquisa por voz, e estes são agnósticos em respeito a plataforma de pesquisa, entregando resultados em qualquer que seja o buscador.
Veja o exemplo da ALEXA, cuja simples existência do dispositivo em um residência acelera a adoção do novo hábito das buscas por voz em relação a pesquisa textual, e poucos usuários sequer sabem que cada dispositivo de pesquisas ou navegador possui um motor de NLP diferente e proprietário da plataforma. Você até pode estar pesquisando por voz no google, mas sem saber você já está utilizando o algoritmo NLP da microsoft, amazon, apple ou samsung.
O mercado de buscas está mudando, e vai mudar de forma mais acelerada daqui para frente. Um último adendo, com o windows 11 a microsoft acaba de finalizar a migração do windows antes limitado a plataforma x86, para agora plataforma ARM. Mesmo movimento feito pela APPLE em 2020. Desta forma não é difícil imaginar que a Microsoft vai tentar mais uma vez emplacar um windows mobile em um futuro não muito distante. Integrando ainda mais o bing dentro dos seus sistemas operacionais, já existem relatos que certos tipos de pesquisa no windows 11 só entregam resultados no bing.
Nossa recomendação é que os clientes já se preparem para estas mudanças que estão ocorrendo e vão se acelerar neste mercado buscas, todos os grandes players almejam um pedaço dos mais de U$150 bilhões por ano da receita do google.
Devemos começar por analisar quais plataformas merecem mais da nossa atenção no momento, e o quanto elas fazem sentido para a nossa marca, produto e serviço. Feito isso, a parte estratégica consiste em identificar os principais fatores que vão constituir a vantagem competitiva destas plataformas frente aos concorrentes. Devemos então nos posicionar previamente como alternativa ideal dentro destes futuros mecanismos de busca que estarão em expansão em termos de número de pesquisas e número de usuários.